Resiliência

Autossabotagem Silenciosa: Como Identificar Padrões

Introdução: Às vezes, não é o mundo que está nos impedindo — somos nós mesmos. Mas nem sempre percebemos. A autossabotagem não costuma ser explícita: ela se esconde em escolhas aparentemente neutras, em adiamentos recorrentes, em pequenas desistências diárias. Como discutimos em Comparação Profissional: Como Proteger Sua Saúde Mental, esse processo muitas vezes nasce da insegurança, da culpa e do medo de não ser bom o suficiente.

O que é autossabotagem silenciosa?

É a repetição inconsciente de comportamentos que nos afastam do que desejamos ou precisamos — enquanto racionalizamos que “estamos fazendo o melhor que podemos”. A sabotagem não grita. Ela sussurra.


Checklist: padrões comuns de autossabotagem

  • 📌 Perfeccionismo paralisante: Você adia projetos por “ainda não estar bom o suficiente”.
  • ⏰ Procrastinação disfarçada: Deixa para depois tarefas importantes, substituindo por atividades “produtivas” (como reorganizar o consultório ou responder e-mails).
  • 📉 Desqualificação de conquistas: Minimiza elogios ou resultados dizendo “foi sorte” ou “qualquer um faria”.
  • 🔁 Repetição de ciclos de autoexigência: Mesmo quando alcança algo, sente que não fez o suficiente.
  • 🔇 Evita movimentos importantes por medo de exposição: Recusa convites, evita divulgar seu trabalho, deixa de se posicionar.


Por que nos sabotamos?

Porque a realização exige exposição. Acolhimento exige vulnerabilidade. E, para muitos de nós, isso ativa memórias de rejeição, crítica ou fracasso. Como explicamos em Como Validar Suas Emoções Sem Culpa, a escuta interna compassiva é o primeiro passo para quebrar esse ciclo.

Como começar a transformar esse padrão?

  • ✍️ Nomeie seus sabotadores: Dê nomes simbólicos aos padrões (“Crítico Interno”, “Protetor do Fracasso”, etc.).
  • 📅 Monitore repetições: Use o Termômetro Emocional Semanal para identificar gatilhos.
  • 📢 Compartilhe com alguém de confiança: Supervisão, terapia ou rede segura.
  • 📌 Pratique ações pequenas e simbólicas de rompimento: Ex: publicar um texto, aceitar um convite, dizer “sim” antes do medo falar mais alto.


Conclusão

Você não está quebrado — está em proteção. A autossabotagem não é falha de caráter. É estratégia antiga de sobrevivência. Mas hoje, você pode escolher caminhos novos. Pequenos passos com intenção já quebram grandes ciclos.


FAQ

  • 1. Autossabotagem é sempre consciente? Não. Muitas vezes, ela é invisível até que se torne padrão repetitivo.
  • 2. Psicólogos também se sabotam? Sim — especialmente os mais sensíveis e exigentes consigo mesmos.
  • 3. Isso tem relação com burnout? Sim. Sabotagem emocional leva à exaustão e frustração crônica.
  • 4. Posso aplicar esse checklist com pacientes? Pode — ele funciona como instrumento de reflexão e diálogo.
  • 5. Como agir quando percebo que me sabotei? Sem culpa. Reconheça, acolha, e escolha diferente na próxima oportunidade.

Mikael Vilela - Psicólogo Clínico

Mikael Vilela é psicólogo clínico e idealizador do projeto Além do Burnout®, um ecossistema que une ciência, simbolismo e práticas restaurativas para ajudar psicólogos a reconstruírem sua vida e sua carreira com propósito, liberdade e saúde emocional. Apaixonado por transformar cansaço em recomeço, Mikael compartilha reflexões e ferramentas que nascem da prática — e da vivência.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *